Desvendando quem sou...
O homem é um ser complexo, repleto de sonhos, dúvidas, decepções e histórias. Devido a esta complexidade humana, é díficil falar de nós mesmos, pois existem realidades em nossa vida que nós mesmos desconhecemos.
Como nos fala " o conto da ilha desconhecida'',
o ser humano constantemente necessita procurar a si mesmo. Mas isso não é uma tarefa fácil, exige tempo, paciência e persistência.
Assim sendo, falar da minha pessoa: Edivan Machado de Oliveira é um grande desafio. Por isso, é muito mais rápido e cômodo relatarmos o que somos de maneira superficial.
Preferimos localizar a nossa vida por territórios ou espaços, ou seja, fazemos uma abordagem ampla e geral de nossa pessoa, passando a representar quem somos da seguinte forma:
- Moro em Santo Anjo da Guarda, município de Três Cachoeiras. Trabalho na Escola Estadual de Ensino Fundamental Dom José Baréa, localizada na mesama comunidade em que moro.
Esta abordagem retrata que o homem acaba fazendo de sua vida e do seu ser algo limitado, ou seja, estaciona num ser físico, somente.
Quando me perguntam o por que de ser professor, resgato minha história, minha vida... Não consigo dar respostas frias. Ser professor é algo que aprendi a desejar, sempre adimirei todos os meus professores, e em alguns momentos dizia querer ser igual a eles. Sonhava estar à frente, assim como eles, incentivando, provocando as dúvidas, as perguntas, para que, a partir delas pudessemos construir o conhecimento.
É muito claro e transparente para mim, que a minha profissão está contida dentro da minha pessoa, vivo ela com amor e vontade. Isto quer dizer, a minha pessoa e o meu trabalho constituem o meu ser.
Sou professor hoje, porque minha história de vida me conduziu para esta realidade. Não foi algo decidido em um momento, ou instante. Isto demonstra que o "pouco" que pude e venho a cada dia descobrindo sobre quem sou, conduziu- me à esta profissão.
Tenho vontade de fazer com que os meus alunos descubram a pessoa que são, o mundo contido em seu ser, mas que precisa ser desvendado. Para que isso aconteça, é necessário que haja mediadores, e é isso que procuro ser: Um mediador no ensino - aprendizagem.
Não tenho medo de ouvir os meus alunos, dou esta oportunidade a eles, e sempre procuro relacionar os seus dizeres com os conteúdos, propriamente ditos. Procuro partir dos seus discursos e curiosidades, antecipo, muitas vezes, conteúdos, pois a curiosidade aparece antes mesmo da época prevista para a abordagem de certos assuntos. Isto quer dizer, que não sigo à rigor o plano de estudo das séries. Desta maneira, demonstro a minha ousadia quanto professor.
Esta minha vivência profissional, desperta em mim alguns receios. Pois muitas vezes, venho a observar que as desestruturas familiares estão prejudicando a aprendizagem de alguns alunos. A partir delas surgem as perguntas:
- Como irei trabalhar com esses alunos, se o seu ser, enquanto pessoa, está desestruturado?
- Como fazer com que os alunos resolvam matérias curriculares, e através delas, estruturem o seu ser?... entre tantas outras.
Meus alunos não são "gavetas'', e isto é o que me preocupa. Se eles não estão bem consigo mesmos, a aprendizagem não terá um ritmo eficaz.Mas como a minha função é ensinar, questões psicólogicas não convêm diretamente a mim. Mas elas me incomodam. Através desta minha visão, olho para cada aluno individualmente, sem comparações com colegas ou com trimestres passados. Pois existe histórias pessoais que não param e sim continuam e prosseguem. Contudo, observo o esforço e a vontade de ser melhor e crescer a cada dia.
Quero poder fazer da educação momentos agradáveis, em que o educando possa dialogar sobre situações variadas da vida, sem que haja a inquietude de não conseguir cumprir todo um plano de estudo. Pois para mim, é mais conveniente fazer com que os conteúdos sejam significativos e relevantes, do que, repassá - los aos alunos por obediência a um currículo.