Wednesday, January 03, 2007

Escola Cultura e Sociedade - 12 / Auto-avaliação

O primeiro semestre na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), como membro do curso de Licenciatura em Pedagogia à distãncia (PEAD), a partir de suas Interdisciplinas, contendo uma proposta de ensino bem especificada em cada uma de suas áreas de atuação, fez com que eu, fortalecesse minha discussão acerca das diferentes práticas pedagógicas.
Grande contribuição para a busca da significação da educação, veio através da Interdisciplina Escola, Cultura e Sociedade, com textos bastante críticos e questionadores.
Foi extremamente interessante e prazeroso analisar a educação como processo socializador, estudando as idéias e opiniões de um sucessor de Comte na França. Pai do realismo sociológico, que explica o social pelo social, como realidade autônoma. Em especial, porque trata os problemas morais: o papel que desempenham, como se formam e se desenvolvem, com coerência e sabedoria. Portanto, concluir com os textos de Émile Durkheim que a moral começa ao mesmo tempo que a vinculação com o grupo, fez com que eu construísse conhecimentos valiosíssimos e significativos.
Pude, estudando as concepções e pesquisas de Durkheim, ver a educação como um esforço contínuo para preparar as crianças para a vida em comum, numa necessidade de se selecionar maneiras adequadas de ver, sentir e agir. Pois, segundo este autor, a educação não é, pois, para a sociedade, senão o meio pelo qual ela prepara, no íntimo das crianças, as condições essenciais da própria existência.
Porém, acredito que o texto proposto pela Interdisciplina Escola, Cultura e Sociedade tendo como base teórica os estudo de Émile Durkheim, poderia ser mais explorado. Acredito que o mesmo, não se define e se encerra, somente, em sete perguntas. Concerteza, existem diversos fatores que poderiam ser retratados neste mesmo texto, e grande contribuição para a definição da educação, ainda, poderia nos fornecer.
Outro destaque, vai para as atividades da Interdisciplina, na qual venho relatando nesta Auto-avaliação, entorno de Karl Heinrich Marx e Friedrich Engels, filósofos alemães que maracaram profundamente a filosofia contemporânea.
Pude perceber que Marx valoriza a prática social, a interação da pessoa com o mundo que o rodeia e as relações interpessoais, que para ele se traduzem nas situações históricas e sociais. Deste modo, Marx se mostra sensível à relação recíproca entre o desenvolvimento da sociedade e o desenvolvimento das ciências naturais no mundo moderno, e salienta que elas contribuíram e contribuem tanto para a emancipação do homem, quanto para a sua desumanização.
Tornou-se, ainda, acessível a mim a concepçao de Marx, em relação ao homem e a sociedade. Para ele a sociedade produz o homem enquanto homem, mas também ela é produzida por ele. A própria natureza, com a qual todo o homem, como ser vivo, está em relação, só se humaniza na sociabilidade, tornando-se um elo entre cada homem e o fundamento da existência comum.
Não menos importante que as atividades já citadas, ressalto um texto reproduzido de Weber. Através deste, pude refletir as relações entre dominantes e dominados e formar uma concepção do que é ser professor, apoiando-se na idéia de que o conhecimento ao ser assimilado nessecita constantemente ser reorganizado, e isto é fruto daquele que interage com o mundo e não se acomoda nele.
Consegui através deste texto construir a idéias de que o papel do professor passa a ser entendida como mediadora do processo ensino-aprendizagem, ou seja, ele é aquele que tem a função de possibilitar ao aluno o acesso ao conhecimento, mediado por suas relações humanas, na sua esfera social e cultural, pois acredito, que na medida em que o professor passa a impor o conhecimento, o aluno está sendo conduzido a um tipo de dominação, já que este necessita recepcionar o mesmo, e precisa tentar transformá-lo em aprendizagem, por determinação do professor.
A educação nesse sentido, passou a ser compreendida por mim, como um conjunto de esforços entre professor e aluno, sendo que, neste contexto o professor mostra, explica, propõe indagações, incita ao raciocínio, à investigação, de forma que, o aluno vá adquirindo uma autonomia própria, da mesma forma que a sociedade se esforça para levar o indivíduo a se apropriar das características de sua cultura.
Ainda, posso destacar a atividade que nos proporcionou um estudo sobre as estruturas educativas no Brasil, este fez com que eu formasse uma própria visão. Pode ser que esta seja um pouco utópica, mas acho necesário termos a esperança de que as coisas podem mudar, senão, poderemos correr o risco de não mais vivenciarmos o nosso dia-a-dia com prazer e alegria. O mesmo se fundamenta nas seguintes idéias: Sabe-se que nenhuma nação chegará a se tornar realmente desenvolvida com uma situação sócio-econômica tão excludente. Não podemos mais separar as pessoas entre as “mais” e as “menos” capazes. Hoje, pela maior facilidade no acesso às informações e às constantes interações sociais, todos querem e exigem mudanças.Diante dos desafios, postos hoje de forma tão clara, a escola é vista como o caminho mais viável para diminuir a luta entre as classes, e exclusão e, consequentemente, melhorar as condições sociais do povo da nação. Sabemos que são vários os desafios para que realmente tenhamos uma educação de qualidade e acessível a todos. Podemos afirmar que a consciência e a vontade de implementar as mudanças já existem. Várias medidas, mesmo que lentas, já estão sendo tomadas. E o que é mais importante: Existe a conscientização da população em geral, independente de classes sociais.Pode parecer utopia afirmarmos isso, sendo que a própria história brasileira se fez e ainda se faz baseada em princípios e medidas que privilegiam sempre aqueles que já são privilegiados, e pouco ou nada beneficiam as classes populares. Só que não podemos mais aceitar viver em um mundo tão desigual, não podemos mais deixar os sonhos serem sufocados, sem lutarmos para que sejam concretizados.Paulo Freire afirmava que a sociedade é aquilo em que acreditamos. Se acreditarmos numa sociedade mais igual, onde as desigualdades sejam motivo de crescimento mútuo e não de seleção e exclusão, com certeza poderemos, através de nossa responsabilidade como cidadãos e principalmente como educadores, viverem um mundo muito melhor e mais humano.
Contudo, posso relevar todos os estudos entorno destes grandes pensadores e de outros como Paulo Freire. Eles possibilitaram com que eu fizesse uma reflexão sobre minha atuação em aula e como profissional da educação. Levaram-me a formar uma visão progressista, mais aberta e ampla, que reconhece a importância de sabermos respeitar às individualidades inerentes a cada sujeito, num sistema escolar voltado para o cumprimento do seu papel.

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