O DESAFIO DE EDUACAR PARA A INCLUSÃO
Um dos maiores desafios que a educação brasileira enfrenta atualmente é a inclusão de adolescentes e adultos na escola e também no mercado de trabalho. As recentes transformações no mundo do trabalho acabam por reconfigurar a sociedade , especialmente em seus perfis econômico e social. De um lado, temos o avanço tecnológico, que, aliado às novas formas de gestão, propicia um crescimento econômico fantástico, e, de outro, a exclusão gerada pela má distribuição de bens e serviços. Acirram-se, assim, a desigualdade social e se ampliam os índices de desemprego. É desafio porque a educação brasileira precisa encontrar e propor alternativas capazes de conciliar crescimento tecnológico e trabalho assalariado.
Neste emaranhado de desafios, em se tratando de evasão e reprovação escolar, temos que reconhecer que nossa educação é ainda deficiente tanto na formação de políticas públicas eficazes para manter nossos alunos na escola como também no acolhimento de suas experiências significativas quanto parte integrante do currículo escolar.
EXCLUSÃO DIGITAL
Também precisamos reconhecer que justamente pela heterogeneidade de nosso alunado, a articulação de políticas públicas não é tarefa fácil. De nada vale tratar nossas turmas como se fossem homogêneas, como se tivessem os mesmos interesses e necessidades e fossem desprovidas de singularidades. Neste sentido, acreditamos que somente com a inclusão das experiências e trajetórias dos alunos no currículo, aliadas à promoção da cidadania e o acolhimento das inúmeras reivindicações que perpassam o ambiente escolar, chegaremos a algum lugar. E tomara que seja o da inclusão social.
Não podemos ser ingênuos a ponto de acreditar que existem lugares e oportunidades para todos. As coisas não são bem assim. O mundo não é mais o mesmo; a ascensão profissional e social está cada vez mais difícil e a necessidade de qualificação se impõe num contexto que é da competitividade. Se levarmos em consideração que vivemos em um país cujo modo de produção é o capitalista, o debate acerca da inclusão nos mundos do conhecimento formal e do emprego se faz relevante, especialmente por conta da desigualdade sócio-econômica que atravessamos e do acesso restrito a bens como o computador e a internet – o que faz nascer um conceito bastante atual de exclusão: “Excluído Digital”.
Assim, quem ocupa a categoria de “Excluído” da escola e dos bens e serviços próprios do avanço tecnológico tem um grande potencial para ser excluído do mercado de trabalho e de contribuir para o crescimento das estatísticas sobre desemprego.
ALÈM DOS MUROS
Outro grande desafio é a formação de um sujeito polivalente, capaz de trabalhar em equipe e ao mesmo tempo encontrar diversas saídas para um mesmo problema: Um sujeito criativo e inventador. Isto requer metodologias/estratégias diferenciadas em nosso fazer docente a fim de criarmos condições favoráveis à progressão dos nossos alunos na escola e fora dos muros dela.
Precisamos entender as novas exigências do mercado e a importância da formação de um sujeito que tenha, sobre tudo, formação humanísticas, que saiba se relacionar, entender o outro, trocar idéias... Este mundo que não pára, está nos forçando a (re)pensarmos muitos de nossos valores e, com certeza, nossa própria trajetória educativa, cartesiana, fragmentada e disciplinar. Temos o compromisso de não somente pensar, mas apostar nos talentos e investir na diversidade de nosso alunado. Educar para a inclusão requer também políticas públicas de educação e emprego voltadas para a realidade dos alunos. Pensamos ser este o contexto – alunos, localidade e reivindicações populares – que vai fazer o diferencial na formulação e implementação de políticas públicas para a educação brasileira e nos levará ao encontro de propostas e alternativas para a inclusão de nossos adolescentes e adultos, tanto na escola como no mundo do trabalho.
Leandro Haerter, sociólogo, coordenador pedagógico na Escola Municipal de Ensino Fundamental Marechal Deodoro, Canguçu, RS.
Neste emaranhado de desafios, em se tratando de evasão e reprovação escolar, temos que reconhecer que nossa educação é ainda deficiente tanto na formação de políticas públicas eficazes para manter nossos alunos na escola como também no acolhimento de suas experiências significativas quanto parte integrante do currículo escolar.
EXCLUSÃO DIGITAL
Também precisamos reconhecer que justamente pela heterogeneidade de nosso alunado, a articulação de políticas públicas não é tarefa fácil. De nada vale tratar nossas turmas como se fossem homogêneas, como se tivessem os mesmos interesses e necessidades e fossem desprovidas de singularidades. Neste sentido, acreditamos que somente com a inclusão das experiências e trajetórias dos alunos no currículo, aliadas à promoção da cidadania e o acolhimento das inúmeras reivindicações que perpassam o ambiente escolar, chegaremos a algum lugar. E tomara que seja o da inclusão social.
Não podemos ser ingênuos a ponto de acreditar que existem lugares e oportunidades para todos. As coisas não são bem assim. O mundo não é mais o mesmo; a ascensão profissional e social está cada vez mais difícil e a necessidade de qualificação se impõe num contexto que é da competitividade. Se levarmos em consideração que vivemos em um país cujo modo de produção é o capitalista, o debate acerca da inclusão nos mundos do conhecimento formal e do emprego se faz relevante, especialmente por conta da desigualdade sócio-econômica que atravessamos e do acesso restrito a bens como o computador e a internet – o que faz nascer um conceito bastante atual de exclusão: “Excluído Digital”.
Assim, quem ocupa a categoria de “Excluído” da escola e dos bens e serviços próprios do avanço tecnológico tem um grande potencial para ser excluído do mercado de trabalho e de contribuir para o crescimento das estatísticas sobre desemprego.
ALÈM DOS MUROS
Outro grande desafio é a formação de um sujeito polivalente, capaz de trabalhar em equipe e ao mesmo tempo encontrar diversas saídas para um mesmo problema: Um sujeito criativo e inventador. Isto requer metodologias/estratégias diferenciadas em nosso fazer docente a fim de criarmos condições favoráveis à progressão dos nossos alunos na escola e fora dos muros dela.
Precisamos entender as novas exigências do mercado e a importância da formação de um sujeito que tenha, sobre tudo, formação humanísticas, que saiba se relacionar, entender o outro, trocar idéias... Este mundo que não pára, está nos forçando a (re)pensarmos muitos de nossos valores e, com certeza, nossa própria trajetória educativa, cartesiana, fragmentada e disciplinar. Temos o compromisso de não somente pensar, mas apostar nos talentos e investir na diversidade de nosso alunado. Educar para a inclusão requer também políticas públicas de educação e emprego voltadas para a realidade dos alunos. Pensamos ser este o contexto – alunos, localidade e reivindicações populares – que vai fazer o diferencial na formulação e implementação de políticas públicas para a educação brasileira e nos levará ao encontro de propostas e alternativas para a inclusão de nossos adolescentes e adultos, tanto na escola como no mundo do trabalho.
Leandro Haerter, sociólogo, coordenador pedagógico na Escola Municipal de Ensino Fundamental Marechal Deodoro, Canguçu, RS.
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