Wednesday, October 25, 2006

Ecs 6- weber II

Análises Educacionais e do seu Sistema

Weber no seu texto: “Os três tipos de dominação legítima”, destacou que, as relações entre dominantes e dominados costuma apoiar – se internamente em bases jurídicas, nas quais se funda a “legitimidade”.
Para atualizar as suas teorias e mostrar o quanto a dominação legítima se faz presente, nos dias de hoje, ressaltarei alguns exemplos presenciados em meu local de trabalho.

Ser/estar X Papéis

No início de cada ano letivo os professores recebem o plano de estudo, referente à série, pelo qual, irá lecionar. Esta organização formal do currículo relaciona as disciplinas ou projetos e atividades, com o intuito, de oferecer uma visão clara do que será estudado, por quanto tempo, quais os objetivos e conteúdos e profundidade do que será estudado. Ou seja, é um elo entre o PPP e o plano de trabalho do professor (Art. 27 LDB). Pode – se dizer, que esse plano de estudo seria uma dominação legal em virtude do estatuto. Já que, o mesmo determina os conteúdos, temas e assuntos a serem desenvolvidos durante um tempo, também, explicitado. Contudo, cabe ao professor, dirigir suas aulas, conforme o currículo, obedecendo a rega estatuída, que estabelece ao mesmo tempo a quem e em que medida se deve obedecer. Neste caso, a um currículo e a seus objetivos e conteúdos. Sendo assim, o papel do professor é mediar o conhecimento, a partir de um “regulamento” e de uma “norma”, formalmente concretizada no currículo escolar.
Infelizmente, esta dominação legal (currículo), limita, ao meu ponto de vista, o trabalho do professor, pois não é analisado a qualidade e o sentido da aprendizagem, mas a eficiência de se conseguir “cumprir” o plano de estudo, independentemente, do significado que este infundiu – se na vida do aluno. Gerando muitas vezes, um ensino - aprendizagem vazio, já que, os inúmeros conteúdos a serem ressaltados durante o ano letivo, não propicia uma “liberdade” para explorarmos ao máximo, cada “tema escolar”. Assim sendo, ou o aluno precisa “engolir” a matéria ou “aprender’’ superficialmente”. Sem contar, com as reprovações, que para não gerar um sentimento de culpa profissional, é dirigido como inteira responsabilidade dos alunos. Não estou aqui, culpando os professores, pois também o sou, mas demonstrando a importância de refletirmos sobre um currículo, que “domina” o nosso trabalho. Pois, ninguém melhor do que nós, através do dia – a – dia em sala de aula, para sabermos as necessidades, as urgências e as relevâncias de conteúdos que precisam ser trabalhados. Destaco ainda: “O que ontem achávamos ser a verdade absoluta, hoje pode contradizer – se”. Este pensamento deseja mostrar que as pessoas mudam e o mundo evoluí a cada dia. Por isso, o currículo necessita ser “aberto”, para evoluirmos junto com a sociedade.
Outra situação que posso destacar na minha vivência institucional e escolar é a abordagem do ensino religioso. Para muitos, é um descontentamento, devido à idéia, pelo qual formaram a respeito do mesmo. Sabemos que, há muitos anos, ela norteava as “doutrinas”, no entanto, católica. Para que eu possa explicar essa “inquietação”, quanto ao exercício da mesma, nas escolas se faz necessário recorrer à história. Mas não é o que almejo neste instante.
Criou – se a idéia de que ensino religioso é o puro estudo de uma religião. Mas não é somente isso. Para muitas pessoas, falar de religião incomoda. Enquanto uns acreditam em um ser superior e se deixam dominar por suas sabedorias, outros preferem viver de acordo com os seus próprios saberes. Eu nasci numa família católica, e sou praticante. Mas isso, não me obriga a “impor” aos meus alunos, minha devoção pessoal. O que me incomoda na escola em que trabalho é a “anciã”, de maneira negativa, gerada entorno desta matéria. Na lei maior, a LDB, mudou-se a visão, referente ao Ensino Religioso, ela não é mais um estudo de religiões, mas um resgate de valores. O Ensino Religioso nas escolas, é o espaço que os alunos e professores possuem para analisarem a sua vida dentro de um sistema social, a sua atitude perante as realidades do mundo, idéias que desencadeiam uma inquietação enquanto ser humano e cidadão e alternativas para a melhorá -la... Isto, independe de religião ou crença. Todos desejam viver de forma saudável e positiva. E mesmo, aqueles que se deixam envolver por uma dominação carismática, tornando – se apóstolo de um “líder”, dotado de sabedoria, verdades e dignidade (conforme acreditam), o Ensino Religioso, deve criar condições para que o educando possa interpretar suas experiências religiosas, traze – las ao nível consciente e, assim, gerar mudanças significativas na própria vida e nas relações sócio – religiosas.

Poder/Hierarquia

Sabemos que possuímos sistemas de dominação, que não vem dos dias atuais, mas desde a “formação do mundo”. A própria escola possuí suas bases jurídicas para a dominação. Somos regidos por uma lei, um decreto, reconhecido nacionalmente por LDB. Necessitamos conduzir o nosso trabalho, conforme as suas diretrizes e bases. Nossos atos precisam estar coerentes com este “trâmite legal”. Em principio, os profissionais de educação, vivenciam uma dominação legal em virtude do estado, passando a ser definido, conforme o texto de Weber por: “Dominação legal, em virtude do estatuto”.Caso contrário, somos afastados do trabalho e “excluídos” pelo estado, tamanho é o seu poder.

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